Dizer que a Mindinha das Escolas é uma pessoa excepcional em múltiplas vertentes, e que a todos que com ela convivem, sempre faltam as palavras certas para a descrever com a justiça que merece, não é novidade. Quase meio século a prestar excelentes serviços na Escola Primária de Porto d'Ave, com tarefas, ora denominadas de empregada das escolas, mais tarde contínua e agora, esta actividade profissional, a par de muitas outras, alcança um título ainda mais 'chique', e chamam-se Auxiliares Educativas. Mas o valor do desempenho profissional, não está no título que carrega, mas sim na nobreza e dignidade que cada um desempenha nas suas funções, e a Mindinha das Escolas, foi, e é, uma Mulher muito acima de qualquer título que queiram dar à profissão que sempre desempenhou, e digo profissão quando podia dizer vocação, mas apesar da Mindinha ter sido a número 1 na sua profissão, a sua vocação não era aquela, mas sim viver num palco, nas artes de representação, qual Maria Ruef a ofuscaria.
Mas o motivo deste post é outro, e acabo de conhecer mais um talento, que até sem muita surpresa, porque ao longo da vida, a Mindinha surpreendeu-nos tanto que quase deixamos de nos surpreender quando revela mais um talento. Trata-se da sua veia poética, e acabam de me chegar às mãos cinco quadras da autoria desta grande Filha da nossa terra, que inspirada na Feira dos 25 em Quintela, que este ano foi um grande êxito, escreveu assim:
A Padroeira da Terra
Toda a gente louvou
Cantando Avé-Maria
Em casa ninguém ficou
À Nossa Sra da Graça
Que é mãe de muito poder
Suas Graças recebidas
Vieram agradecer
Da feira também falamos
Que tudo muito bem correu
Cobertores, chinelos e farturas
Ali tudo se vendeu
A corrida de cavalos
Foi bonita p´ra valer
Veio povo de muito longe
P´ra ver os burros correr
É uma feira anual
Como há tantas no país
Mas esta é muito antiga
É do tempo de D. Dinis!
(Minda)
