domingo, 23 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal - 2012


A administração do Blogue deseja um Feliz Natal a todos filhos de Porto d'Ave espalhados pelo mundo, e deixo esta mensagem que João Paulo II nos transmitiu nesta quadra em 1978, no seu primeiro ano de Pontificado.


MENSAGEM   DO PAPA JOÃO PAULO II
 PARA O NATAL DE 1978
BÊNÇÃO URBI ET ORBI

Esta mensagem, quero dirigi-la a todos os homens e a cada um; ao homem, na sua humanidade. Natal é a festa do homem. Nasce o Homem; um dos milhares de milhões de homens que nasceram, nascem e nascerão sobre a terra. Um homem, um elemento componente da grande estatística. Não foi por acaso que Jesus veio ao mundo no período do recenseamento; quando um imperador romano quis saber quantos súbditos tinha o seu país. O homem feito objecto do cálculo, considerado sob a categoria da quantidade, um entre os milhares de milhões. E, ao mesmo tempo, um, único e singular. Se nós celebramos assim tão solenemente o Nascimento de Jesus, fazemo-lo para testemunhar que todo e qualquer homem é alguém, único e que não se pode repetir. Se as nossas estatísticas humanas, as catalogações humanas, os humanos sistemas políticos, económicos e sociais, as simples humanas possibilidades não conseguem assegurar ao homem que este possa nascer, existir e operar como um único e singular, então assegura-lho Deus. Para Ele e perante Ele, o homem é sempre único e singular; alguém que foi eternamente ideado e designado com o seu próprio nome.
Assim como sucedeu com o primeiro homem, Adão; e assim como sucede com este novo Adão, que nasce da Virgem Maria na gruta de Belém: dar-lhe-ás o nome de Jesus (Lc. 1, 31)

Esta mensagem, pois, é dirigida a todos os homens e a cada um, exactamente enquanto homem, à sua humanidade. É a humanidade, de facto, que é elevada com o nascimento terreno de Deus. A humanidade, "a natureza" humana foi assumida na unidade da Divina Pessoa do Filho, na unidade do Eterno Verbo, em que Deus Se exprime eternamente a Si mesmo; esta Divindade Deus a exprime em Deus: Deus verdadeiro; o Pai no Filho e de ambos o Espírito Santo.
Na solenidade do dia de hoje nós elevamo-nos também no sentido deste mistério inscrutável, deste Nascimento Divino.
Ao mesmo tempo, o Nascimento de Jesus em Belém testemunha que Deus exprimiu esta Palavra eterna no tempo, na história. Desta "expressão" Ele fez e continua a fazer a estrutura da história do homem. O Nascimento do Verbo Encarnado é o inicio de uma nova força da mesma humanidade; a força que está ao alcance de todos os homens, segundo as palavras de São João: deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo. 1, 12). É em nome deste singular valor de todos e cada um dos homens, em nome desta força que é trazida para todos e cada um dos homens pelo Filho de Deus ao tornar-se homem, que eu me dirijo nesta mensagem sobretudo ao homem:
A todos os homens e a cada um: onde quer que trabalhe, crie, sofra, lute, peque, ame, odeie e duvide; onde quer que viva e morra; a ele eu me dirijo, hoje, com toda a verdade do Nascimento de Deus; com a Sua mensagem.

O homem vive, trabalha, cria sofre, luta, ama, odeia, duvida, cai e levanta-se em comunhão com os outros homens.
Portanto, dirijo-me a todas as vã rias comunidades. Aos Povos, às Nações, aos Regimes, aos Sistemas políticos, económicos, sociais e culturais e digo-lhes: — Aceitai a grande verdade sobre o homem;
 — Aceitai a verdade plena acerca do homem, que foi pronunciada na Noite de Natal;
— Aceitai esta dimensão do homem, que se patenteou a todos os homens naquela Santa Noite!
— Aceitai o mistério, no qual todos os homens e cada um vive desde quando Cristo nasceu.
 — Permiti a este mistério agir em todos e cada um dos homens!
 — Permiti-lhe que ele se desenvolva nas condições exteriores do seu ser terreno.
 Neste mistério se encerra a força da humanidade. A força que irradia sobre tudo aquilo que é humano. Não torneis difícil uma tal irradiação. Não a destruais. Tudo aquilo que é humano cresce a partir desta força; sem ela debilita-se; sem ela arruina-se.
E por isso, agradeço-vos a todos vós — Famílias, Nações, Estados, Sistemas políticos, económicos, sociais e culturais — por tudo aquilo que fazeis para que a vida dos homens se possa tornar nos seus diversos aspectos cada vez mais humana, isto é mais digna do homem. Auspicio de todo o coração e suplico-vos que não vos canseis nunca em tal esforço, em tal aplicação.

Glória a Deus com mais alto dos céus! (Lc. 2, 14).
Deus aproximou-se, Deus está no meio de nós. É Homem. Nasceu em Belém. Está deitado numa manjedoura porque não havia lugar para Ele na hospedaria (Cfr. Lc. 2.7)
O seu nome: Jesus! A sua missão: Cristo!
É Mensageiro de grande Conselho, Conselheiro admirável (Is. 9. 5); e nós, com tanta frequência, ficamos irresolutos, e os nossos conselhos não produzem os frutos desejados.
É Pai perpétuo (Ibidem) — "Pater futuri saeculi, Princeps pacis"; e, apesar de nos separarem dois mil anos do Seu nascimento, Ele está sempre diante de nós e sempre nos precede. Devemos "correr atrás d'Ele" e procurar alcançá-lo.
É a nossa Paz! A Paz dos homens! A Paz dos homens que Ele ama (Lc. 2, 14). Deus agradou-se do homem por Cristo. Assim, este homem, não se pode destruí-lo; não se pode aviltá-lo; não é permitido odiá-lo!
Paz aos homens de boa vontade! A todos eu dirijo o convite instante a orarem, juntamente com o Papa, pela Paz, em particular hoje e daqui a oito dias, data em que celebraremos o "Dia da Paz".

Feliz Natal a todos os homens e a cada um dos homens!
O meu pensamento — com os meus votos cheios de afecto cordial e de sincero respeito — vai para vós, Irmãs e Irmãos, que vos encontrais presentes aqui nesta Praça; vai para todos vós, os que, através dos meios de comunicação social, tendes a possibilidade de vos pordes em sintonia com esta breve cerimónia; vai para vós todos, os que procurais sinceramente a verdade, os que tendes tome e sede de justiça, os que anelais pela bondade e pela alegria; vai para vós, pais e mães de família; para vós trabalhadores e profissionais; para vós, jovens; para vós adolescentes; para vós crianças; vai para vós, pobres; para vós, doentes; para vós, anciãos; para vós, encarcerados; e para todos vós, enfim, os que vos achais na impossibilidade de passar o Santo Natal em família, na companhia dos vossos entes queridos.
FELLIZ NATAL:

(JOÃO PAULO II)  (Natal de1978) 

sábado, 1 de dezembro de 2012

Centro Social promove Caminhada Solidária


Organizar eventos, onde o prazer de participar está aliado à angariação de receitas necessárias para proporcionar melhores condições para os utentes, é uma arte a que o Centro Social de Porto d'Ave nos vem habituando. Desta vez, a iniciativa foi mais uma 'Caminhada' com um itinerário de cerca de uma dúzia de quilómetros a ser percorrido por várias dezenas de participantes, onde além dos benefícios para a saúde, todos ficavam contagiados com o ambiente animado que pairava no ar e ainda desfrutamos de algumas paisagens magníficas, que apesar de estarem tão próximas, não tínhamos oportunidade de as admirar se não fossem criadas actividades como esta. Pelo meio, e quando as energias já começavam a escassear, beneficiamos também dum reforço alimentar já incluído no simbólico valor da inscrição.
No final, mesmo sendo evidentes alguns sinais de cansaço, a satisfação era geral e várias vozes se levantavam a perguntar quando vem a próxima caminhada. Aguarda-se ansiosamente a data.
Resta dar os parabéns à 'equipa' do Centro Social por mais esta iniciativa, que juntamente com tantas outras vai estendendo cor e alegria pelas ruas de Porto d'Ave.






































domingo, 9 de setembro de 2012


Seiscentos Mil Euros = nada?!!!!


Já lá vão largas semanas, folheava eu uma daquelas revistas que acompanham os jornais ao Domingo (e refiro-me a uma das que traz artigos para ler e não apenas imagens para regalar a vista!!!), e dei comigo a concordar com o cronista António Manuel Pina, que dizia que nós somos os livros que lemos mas também os que não lemos, no sentido de que se os tivéssemos lido, algo em nós teria mudado. Da mesma forma, somos também as viagens que fizemos e as que ficaram por fazer, os filmes que vimos e os que não vimos e por aí adiante.
Seguindo o mesmo raciocínio, o resultado do nosso trabalho depende do que fazemos e também do que deixamos por fazer. E é aí que quero chegar. Nas campanhas eleitorais, somos constantemente invadidos por mensagens começadas por: “eu vou fazer”, e depois, vamos avaliar o trabalho dos eleitos pelo que fizeram e, neste caso, sobretudo pelo que não fizeram. E como em tudo, é necessário tentar perceber porque raio ficaram por realizar obras que estavam planeadas e prometidas.
Aí, vou recuar à década de noventa e início do presente milénio, que recordo, era o tempo chamado das 'vacas gordas' em que de Bruxelas vinham camiões de fundos comunitários para serem distribuídos por quem tivesse mais engenho e arte para os angariar, o que não originou apenas muitas obras públicas e municipais estendidas por Portugal inteiro como fez também catapultar a construção civil, aumentando também aí de forma muito significativa as receitas das autarquias através dos impostos sobre as habitações.
Resultado desse tempo, em que a autarquia do nosso concelho era governada pelo dr. Tinoco de Faria, herdamos obras emblemáticas como aquela na serra do Carvalho, em que ninguém fica indiferente quando passa naquela zona, e nem é necessário abrir os vidros da viatura para sentir o aroma da 'Menina dos Olhos' do então presidente que a idealizou e concretizou.
Mas esse período não fica apenas marcado pela nauseabunda, perdão, aromática obra, (longe de mim querer ferir a sensibilidade de quem por ela se apaixonou) que recordo, está situada em cima das nascentes das águas que abasteciam grande parte da população do nosso conselho, inclusive a vila, e que agora nem para rega é aconselhável. Importa lembrar também a obra que não foi feita, que tal como o livro que não foi lido também a não execução da obra que devia ter sido feita,  tornou a nossa vida diferente do que seria se tivéssemos actuado doutra forma. 
E para percebermos o que devia ter sido feito e não foi, torna-se necessário fazer comparações com outros concelhos, onde alguns pontos nos saltam à vista como a rede viária e parques industriais, factores determinantes para a captação de empresas e os consequentes postos de trabalho, que originaria um acréscimo da população, logo havia mais comércio, mais riqueza e por aí adiante. E como a Póvoa não soube aproveitar as oportunidades e quando devia não deu um único passo nesse sentido, as empresas instalaram-se onde as condições eram favoráveis, e agora, com o sector industrial a atravessar um período de estagnação, as que já existem não vão mudar de local simplesmente por mudar, e novas não as há, como se sabe. Portanto, também aqui, além do que foi feito é bem visível reparar no que não foi feito no período em que não seria necessário grande engenho para dar os passos necessários, pois não é segredo para ninguém que o dinheiro dos fundos comunitários abundava e às vezes até sobrava, e era devolvido à origem devido à falta de projectos apresentados. Infelizmente, o nosso concelho foi um dos poucos que não aproveitou essas oportunidades, fruto do cruzar de braços de quem ocupava o lugar onde se exigia o dinamismo e competência que não se notou.
Mas como se não bastasse a obra que foi mal feita e a que devia ter sido feita e não foi, esse período fica ainda marcado pela obra que deixou para outros 'não' fazer, como todos devem ter conhecimento, nesta recente situação noticiada em vários órgãos de comunicação, em que um acto dessa má gestão há uma dúzia de anos, custa hoje mais de Seiscentos Mil Euros que terão que ser pagos a quem de direito, por culpa duma atitude que não foi apenas irresponsável mas também de mau gosto para a vila.
E quando um pedido de desculpas dirigido à população lesada, que somos todos nós, seria o mínimo que (ir)responsável por esse acto teria que fazer, fomos surprendidos, ou nem tanto, com afirmações desse mesmo autor que vem ainda dizer num jornal local, (supostamente a rir-se de todos nós mas isso não se vê no comunicado) que Seiscentos Mil Euros não são desculpa para fazer menos obra. Não deixa de ser estranho, vindo de quem sem a falta de verbas como esta, conseguiu 'não' fazer muita obra!!!
Não sei em que mundo vive o culpado de toda esta situação, mas no meu mundo, Seiscentos Mil Euros daria para fazer muita obra. Olhe, daria por exemplo para fazer dois sintéticos iguais ao que nessa época foi prometido por três vezes ao Grupo Desportivo Porto d'Ave, e chegou-se mesmo durante uma campanha eleitoral a 'fingir' o seu início, da mesma forma que a falta deles, dá para 'não' fazer muita obra, que espero que não seja esta, pois trata-se duma prioridade, uma vez que é imprescindível para que mais de uma centena de jovens do nosso concelho tenham condições para praticar desporto, e por outro lado possam espreitar oportunidades de progredir no mundo do futebol, como já aconteceu com mais de uma dezena de jogadores que iniciaram a formação no Porto d'Ave e vestem agora camisolas com emblemas de relevo nacional e até internacional. Além disso, deste investimento depende também a continuidade da equipa principal do Grupo Desportivo de Porto d'Ave no escalão mais alto da Associação de Futebol de Braga.
É pena que não seja apenas na Serra do Carvalho que nauseabundam recordações dum período em que a Póvoa não cresceu por culpa da inoperância e mesmo desinteresse de quem a geria. É que além do 'aroma' que nos deixou, o ex-presidente Tinoco de Faria deverá ser também recordado por tudo que devia ter feito e não fez, e também por aquilo que deixou para outros não fazer, por terem que pagar os erros da sua falta de aptidão para o exercício das funções que lhe foram confiadas.

ass. (eu)